sábado, 28 de novembro de 2009

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ!!!
Por Led Beslard



Com doutorado em Química Orgânica pela Universidade Federal do Ceará, Aluisio Marques da Fonseca trabalha atualmente no Centro de Formação de Professores, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Amargosa. Mas, com essa formação técnica, quase ninguém imagina que além de professor o mestre Aluísio, como é comumente chamado, pode ser considerado um artista.

Sempre bem humorado, ele contagia a todos quando está presente e assim como muitos artistas que vivem no anonimato, Aluísio vem, para nosso contentamento, desvelando gradualmente suas diversas habilidades artísticas.

O mestre faz desenhos, pinturas, infogravuras, produz vídeos, além de tocar e cantar muitíssimo bem. Ainda ontem, tive a oportunidade e o prazer de mandar algumas músicas ao seu lado no Sarau Canto da Palavra.

Aqui deixo dois trabalhos em vídeo de Aluísio. O primeiro com a reunião de alguns desenhos e infogravuras dele. E o segundo, um curta engraçado e horripilante chamado “O ataque dos Zumbis”. Para quem quiser ver e ouvi-lo tocar, basta estar em Amargosa no dia 06/12/2009 e ir até o Café & Cultura, a partir das 15h. Lá ele vai mandar clássicos da música popular brasileira e nos divertir com sua simpatia.



terça-feira, 24 de novembro de 2009

NEW – FEAR – MECHANIZE – FACTORY
Por Led Beslard

Com seis álbuns de estúdio lançados, a banda norte-americana Fear Factory está finalizando seu novo trabalho “Mechanize”, que tem lançamento previsto para o dia 9 de fevereiro de 2010. Contando atualmente com Burton C. Bell (vocal), Byron Stroud (baixo) e Gene Hoglan (bateria), o mais contagiante de tudo é o retorno de Dino Cazares às guitarras. Com a “Fear Campaign Tour”, o grupo se apresentará pela primeira vez no Brasil no dia 4 de dezembro, em São Bernardo do Campo – SP. A música “Powershifter”, primeiro single do novo CD, pode ser conferido logo abaixo.

sábado, 21 de novembro de 2009

ACADEMIA, CULTURA POPULAR E SATISFAÇÃO PESSOAL
Por Anderson Souza

Aconteceu aqui na cidade de Amargosa, entre os dias 18, 19 e 20 de novembro, o III Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo da UFRB e a IV Conferência de Negritude e Educação no Recôncavo Sul do Centro de Formação de Professores (CFP/UFRB). Este ano com o tema Educação e Relações Étnico-Raciais: Fios e Desafios, o evento proporcionou àqueles presentes reflexões e a socialização de pesquisas feitas em torno de políticas e práticas que pretendem combater as desigualdades étnico-raciais no âmbito educacional. Entre conferências, mesas-redondas, comunicações orais, apresentação de pôsteres, mini-cursos e atividades artístico-culturais, o evento foi um sucesso.

Bom, além de colaborar (do jeito que pude) com as comissões organizadoras, em especial a de comunicação e a científica, me inscrevi para apresentar um antigo trabalho de conclusão do curso de Jornalismo da Faculdade da Cidade do Salvador, produzido em 2007, por mim, Carrombé Pinheiro e Joaquim Guimarães, o Livro Foto-Reportagem: Bembé de Santo Amaro – A Festa do 13 de Maio. Na verdade, o que apresentei foi um vídeo, que tenho chamado, se é que é possível, de Vídeo Foto-Reportagem, ou seja, uma extensão do nosso livro.

Como nosso trabalho inicial ficou restrito à faculdade, pois apenas um exemplar foi elaborado e entregue à instituição, pensei em reutilizar em um recurso audiovisual as belas imagens capturadas pelo colega fotógrafo e jornalista Joa Souza, para depois disponibilizar (como agora) na internet, ampliando a distribuição desse conjunto de conhecimentos reunidos sobre o assunto. Afinal, a nossa proposta era registrar a festa popularmente conhecida como “Bembé de Santo Amaro”, em comemoração pela abolição da escravatura, na cidade de Santo Amaro da Purificação, durante os dias 11, 12, e 13 de maio e criar um produto que desse conta de informar e divulgar tal celebração.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O BRASIL E SEUS MELHORES GUITARRISTAS
Por Led Beslard



O site Heavy Metal Brasil listou e publicou os nomes dos 30 melhores guitarristas do Brasil. Sem caráter competitivo, a relação segue em ordem alfabética com um resumo da história de cada músico. Dentre os mencionados estão: Andreas Kisser, Armandinho, Eduardo Ardanuy, Frank Solari, Gustavo Guerra, Juninho Afram, Kiko Loureiro, Mozart Melo, Pepeu Gomes, Ricardo Primata, Tomati, Wander Taffo. Conheça os melhores, mais rápidos e mais influentes guitarristas brasileiros.

Acesse: http://heavymetalbrasil.net/guitarristasdobrasil.html

sábado, 14 de novembro de 2009

MENTES PERIGOSAS
Por Led Beslard



Uma ameaça a cada palavra
Velhas mentiras, novas articulações
O estado exibe falsas leis
Manipulando as ações das pessoas

Eles sugam toda sua confiança
Depois cospem hipocrisia na sua cara
Recuse agora todas as ordens
Ignore todas as regras já

Dinheiro e poder
Alimentam as corporações
Erguendo mais uma farsa
Monopolização
Planos perigosos, mentes perigosas

Mentes saqueando outras mentes
Expelindo a mesma sujeira
Escravizando vidas inocentes
Perigosas mentes perigosas

terça-feira, 10 de novembro de 2009

RELAXANDO
Por Led Beslard

A banda Down é uma das minhas prediletas. Sem dúvida, Phil Anselmo detona onde quer que esteja. "Lifer", a música que escolhi, faz parte do disco de estréia "Nola". Um ótimo som para ouvir com o volume no talo.

sábado, 7 de novembro de 2009

SEM CONSTRANGIMENTO
Por Led Beslard



Com um trabalho consistente na cena Hip-Hop soteropolitana, o grupo de rap 157 Nervoso é destaque por onde passa. Com quase 10 anos de existência, a banca formada pelos mc’s Man-duim, Diego 157 e Spok é um bom exemplo de resistência, pois apesar de sofrerem com a falta de espaços em nossa terra, sobrevivem com muita força e bons trabalhos. Com a gravação de “A Cria Rebelde”, cd de estréia, o 157 Nervoso mantém sua agenda tomada com eventos dentro e fora da capital baiana. Num papo direto e objetivo conhecemos um pouco mais sobre esse grupo de atitude, o que pensam e o que pretendem transmitir.

NEW BRUTALITY – Na opinião de vocês, qual é o papel do rap na atual situação em que o país se encontra?
Diego 157 –
O Rap se mostrou e ainda se apresenta como contestador na maioria das vezes, então, segue com o mesmo propósito que é o de denunciar o que os grandes veículos de comunicação tentam ofuscar, busca apontar soluções para a situação em que os menos favorecidos vivem, porque só apontar o dedo não vai mudar nada, e deixar explícito que o Brasil não vive uma democracia racial, essa idéia pra mim é racismo maquiado. Enfim, o rap necessita ser um agente transformador que traga mudanças para a vida de quem o ouve.

Man-duim – Em minha opinião, o papel do Rap é mostrar quem realmente são os nossos inimigos e contra quem devemos lutar. O rap hoje é o principal meio de protesto e de manifestação atuante, esse é o nosso dever. Não adianta a gente escrever uma letra que não vai trazer beneficio nenhum para nossos irmãos, visando status e fama. Queremos resgatar vidas e não destruí-las, pois vivemos num país racista, onde o poder está nas mãos do opressor. Temos que formar pensadores para que esse quadro mude.

NB – Há alguma diferença entre o rap feito em Salvador e o rap feito no resto do Brasil?
Diego 157 –
O rap de Salvador é um dos melhores do Brasil e isso é inegável. Trabalhos como os dos grupos Opanijé, Daganja, RBF, Versu2, Da Rua, Invés, Lukas Kintê, Milicianos, Sub-versivos, Afro Jhow, Afrogueto, Eleitos do Gueto e milhares de outros são merecedores de ser ouvidos com uma certa atenção. Em minha opinião, rap bom não se diferencia um do outro, se em Porto Alegre há grupos bons e aqui em Salvador também, não existe distinção entre eles. O que diferencia o trabalho dos grupos de rap é a forma como cada grupo encara o que faz, quem se baseia em profissionalizar cada vez mais seu som aparece mais, quem ainda brinca não será lembrado.

Man-duim – Não sei se diferente, mas com ideologia própria. Hoje o rap tem um espaço na mídia que era muito difícil de conseguir antigamente, com isso o mercado cresceu. Porém, sem identidade, o que vemos hoje é um rap feito pra ganhar dinheiro, não que isso seja ruim, mas falta um pouco de raiz mesmo, pelo menos aqui em Salvador ainda preservamos essas raízes. Temos consciência da nossa responsabilidade como mc’s, sabemos que nossas palavras podem salvar ou destruir nossos irmãos, então não podemos dizer que é diferente, mas podemos dizer que temos identidade.

NB – Vocês acreditam na possibilidade de uma integração cultural entre classes?
Diego 157 –
Cultural sim, porque ninguém é detentor de cultura nenhuma. O Hip-Hop, por exemplo, é uma cultura de rua enraizada no gueto, só que não é só o gueto que consome o Hip-Hop, o boy quer andar no carro ouvindo rap no último volume, assinar tags nos muros, dançar como os melhores b.boys e fazer back to back, e quem é que vai impedir isso? Não tem como, irmão! E no dia em que alguém conseguir se apossar de alguma cultura, a mesma já perde a essência cultural.

Man-duim – O hip-hop é uma cultura do gueto, e sempre foi marginalizado por isso, eu não vou impedir que o playboy seja um mc ou um DJ, b-boy ou grafiteiro, que ele escute o rap, que vá pra show, porém ele nunca vai fazer parte da mesma cultura que eu defendo, eu represento quem sofre, quem é da rua , quem sempre foi discriminado, de quem sempre sofreu com o racismo, essa é a cultura que eu defendo.

NB – Uma das características do rap é a de retratar a realidade dos menos favorecidos. O que é dito em suas letras faz parte da realidade de vocês?
Diego 157 –
As máscaras sempre caem e se estamos a nove anos nessa batalha incessante na busca por melhoria para os nossos semelhantes é porque o que é gravado por nós realmente é o reflexo do que muitas pessoas vivem. É até o que muitos queriam expor, mas não sabiam por onde começar e é nesse momento que age o 157 Nervoso, com a roupagem sincera de quem vem de guetos violentos.

Man-duim - Com certeza, até porque esses “menos favorecidos” quem são? São os negros que vivem nas periferias, então com certeza é a nossa realidade, não temos acesso à cultura, ao esporte, ao laser, vivemos num país racista onde não há distribuição de renda, onde a burguesia dita as regras, onde a secretaria de educação nos priva da nossa verdadeira história.

NB – É comum aqui no Brasil vermos pessoas que fazem parte do movimento Hip-Hop ou de grupos de rap se vestirem e gesticularem como os norte-americanos. Falta identidade?
Diego 157 –
Não acho que falte identidade, aliás, isso por aqui tem de sobra. Eu vejo como referência, até porque é natural que as pessoas se espelharem no que gostam.

Man-duim – Os norte-americanos expandiram o rap de tal forma que hoje existem marcas de roupas própria da cultura Hip-Hop. Não que isso seja ruim, acho até legal, é uma forma de preservar a cultura. Mas o Hip-Hop é muito mais do que panos, é vivência, quem é dos guetos com certeza vai comunicar em gíria mesmo, os advogados não usam seu linguajar, assim como os políticos e a polícia? Então, é a nossa forma, só quem vive sabe o que é isso.

NB – Na maioria das vezes, o crime é o principal tema dos grupos de rap. Na opinião de vocês, por qual motivo isso acontece?
Diego 157 –
É inevitável você morar em periferia e não se deparar com algumas brutalidades desse cotidiano. Se determinado grupo vive ou presencia algum fato e resolve retratá-lo em suas letras não há problema nenhum, o cuidado deve ser tomado na forma em que o assunto é exposto. Existem grupos ou artistas solos que vivem em periferia e se deparam também com cenas fortes e, no entanto, preferem rimar outra realidade. É uma questão de ótica, quem acha necessário cantar o crime canta e quem acha necessário não abordá-lo faz da forma que achar melhor, e o rap segue.

Man-duim – Retratamos o crime porque vivemos o crime: o crime racial, ideológico, social e cultural o qual o Brasil sofre há mais de 1500 anos. E essa é a principal importância do rap, a de retratar nossa sobrevivência nesse campo de extermínio, onde a burguesia ainda atua com seu poder devastador, é por isso que narro o crime.

NB – Quais outros estilos musicais, além do rap, vocês costumam ouvir?
Diego 157 –
Eu produzo uns beats, então sempre estou escutando música, muita música mesmo pra ter uma infinidade de sonoridade para samplear. Posso citar Vanessa da Mata, Amy Winehouse, Chico Buarque, Bob Marley, Bezerra da Silva, Nneka, Maria Rita, Ponto de Equilíbrio e por aí vai.

Man-duim – Sempre gostei de musicas agressivas, como hardcore, punk-rock, o próprio rock, mas também não dispenso Djavan, Tim Maia, Bezerra da Silva.

NB – Vocês não tocam com banda. Como é o processo de construção das músicas e como elas são passadas para o palco, já que vocês também não têm DJ próprio?
Diego 157 –
Muitas das vezes cada um aparece com uma idéia de música pra se fazer, daí como eu produzo uns beats nós vamos procurando algo que se assemelhe com a idéia da música e trabalhamos com um determinado prazo pra cada um entregar sua parte da letra pronta. Isso é bom por que estimula a escrita e as músicas vão ficando prontas em curto espaço de tempo. O maior problema no grupo hoje é a falta de um Dj, enquanto não conseguimos encontrar alguém disposto a trabalhar junto conosco e com seus equipamentos, vamos fazendo nossos shows sempre convidando algum Dj que seja parceiro e esteja disponível e os nomes mais frequentes são Dj Índio e Dj Leandro.

Man-duim – O processo de construção de base é fácil, até porque Diego produz alguns beats pra nós mesmos. Agora, em termos de dj é bem complicado, Salvador tem uma carência enorme de djs com equipamentos, o que dificulta o crescimento do rap aqui. Temos bons djs, só que muitos sem o equipamento, então a gente sempre chamava alguns amigos que possuíam equipamentos pra fazer free lancer pra nós, como dj Leandro e dj Índio.

NB – Falem-nos sobre o processo de gravação do cd de estréia de vocês e quando pretendem lançá-lo.
Diego 157 –
O disco "A Cria Rebelde" foi trabalhado durante todo o ano de 2008, e traz produções de Dj Leandro, Diego 157, Armeng e Dj Índio. A arte do encarte é assinada pelo designer Rangel Santana. Foi todo gravado no Estúdio Freedom Soul Rec, com DJ Leandro e Armeng e Masterizado no Coro de Rato Estúdio pelo Mc Finado (Yuri). O disco traz doze faixas, procurando expressar nas temáticas das “letras” as verdades vistas e vividas por nós e os anseios de luta das massas desassistidas. São abordados assuntos como violência policial, guerrilha, ancestralidade, revolução, respeito, dentre outros. Como participações especiais, o cd traz o soul-man Leo Souza na faixa “Fale-me de amor” e do jovem MC Aladim em “Respeita”. A prensagem ficou a cargo da Ponto4 Digital, empresa especializada na reprodução de cds e dvds, o que nos garantiu apresentar um cd com profissionalismo. O álbum representa mais uma prova dos resultados obtidos através daquilo que é feito com amor. E conosco não foi diferente. Depois de muitos anos de estrada, e de muito trabalho, o grupo consegue realizar um registro musical voltado para a juventude e toda a população que vive às margens. “A Cria Rebelde” é o retrato do que os olhos vêem, do que o coração sente e da vivência de cada um que se assemelha ao que nós retratamos.

NB – Como vocês definem o trabalho feito pelo 157 Nervoso?
Diego 157 –
Sincero, acima de tudo. Quando as pessoas ouvem a nossa música não é somente Man-duim e Diego 157 que estão cantando. Nossos tracks são as vozes de todos os irmãos privados de darem seu grito revolto silenciado pela opressão midiática imposta a nós. Nosso trabalho é o gueto original roubando a cena.

Man-duim – Um trabalho real e sincero, feito com amor e dedicação, com músicas da rua pra rua, sem rótulo e sem maquiagem. Expressamos nossos sentimentos, doa a quem doer.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

DIAGNÓSTICO
Por Led Beslard



Se, é seguro ou eficaz
Já não me importa mais
Precauções sem reções
Ou efeitos colaterais

Sem composição
Sem definição
Sem prazo de validade
Sem contra-indicação

Língua de trapo envenenada
Contaminando toda área
Não aceito ordens ou restrições
Nem ações com más intenções

Sem obrigação
Sem manipulação
Na base do respeito
(em total) Liberdade de expressão