sexta-feira, 25 de novembro de 2011

...NA PRAIA... O MAR...
Por Led Beslard



...Por vezes a onda vai, a onda vem...
E é justamente quando fecho os olhos,
Enquanto penso em me juntar a ela
No intervalo das suas idas e vindas,
Que vejo o quanto estou perdido.
Não sei ao certo se estou perto
Ou mais distante do que nunca.



Contudo, equilibradamente, ali está.
Entre o horizonte e a areia, o mar.
Nem sempre terno a movimentar
A si próprio e a quem possa alcançar.
Ainda que salgado, é doce para quem sabe apreciar.
...Por vezes a onda vai, a onda vem...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O SHOW – PEARL JAM
RJ / BR (06/11/2011)

Por Led Beslard



Em 1991, recordo-me de ouvir o Pearl Jam pela primeira vez no rádio. A música era "Even Flow", que compunha o clássico álbum de estréia "Ten". Naquele momento eu fiquei a pensar: que porra é essa! Na verdade, depois de ouvi-lo por inteiro percebi que a porra era bem maior. As onze faixas do disco dos dissidentes de Seattle são fantásticas, apesar de ter aquelas mais cobradas pelos fervorosos fãs nos shows, como "Once", "Alive", "Black", "Jeremy", "Oceans" e "Why Go" (minha mulher prefere "Porch"). O mesmo aconteceu com o segundo, "Vs. (Five Against One)", quando meu vizinho comprou o disco e eu o pegava emprestado direto

Depois disso fui acompanhando a banda com um pouco mais de distância, mas sem nunca abandoná-la. Sempre ficava sabendo o que acontecia com eles e o que estavam produzindo. Como minha esposa também gosta do Pearl Jam (é a banda da vida dela, e sem dúvida alguma posso dizer que da minha também) sempre que via um cd que ainda não tínhamos comprava e a presenteava para curtirmos juntos. Outra coisa que posso falar com exatidão é que assim como um vinho bem cuidado, os caras tornam-se melhores com o passar dos anos.



Quando os rumores sobre a vinda do Pearl Jam começaram a surgir, eu e minha esposa ficamos em alerta total. Confirmada a turnê comemorativa dos vinte anos de atividade da banda aqui em terras brasilis, aproveitamos para comprar nossos ingressos para o show do Rio de Janeiro (na pista 1, é claro) logo no primeiro lote, disponíveis apenas para clientes restritos, garantindo assim nossa participação no que consideramos ser o evento do ano. Mesmo com a intenção de irmos a todos os shows aqui no Brasil, estendendo até a Argentina (fomos impedidos em função de compromissos profissionais), escolhemos e decidimos ir apenas à cidade maravilhosa para celebramos a banda em grande estilo. Até aqui o que posso dizer, além da grande euforia que nos assola, é que "o Rio de Janeiro continua lindo...".



A banda californiana X abriu a noite de festa. Pela primeira vez no Brasil e completando 35 anos de existência, mandaram muito bem. Gostaria que meus pais, alguns amigos e uma porrada de jovens tivessem o pique e a alegria que os “velhotes” desfilavam no palco. Confesso que não conhecia a banda, mas já estou buscando os discos deles, ao vivo é demais. Sinceramente, não sei como muitas pessoas se prendem de tal maneira à idade a ponto de achar que não estar mais na casa dos vinte anos seja empecilho para alguém deixar de ser ou fazer o que bem entender da vida. Estamos bem com nosso modo de ser e dispostos a curtir a vida o máximo que pudermos, pois nosso espírito é jovem e no que dele depender nunca envelheceremos.



Em 2005, quando o Pearl Jam veio ao Brasil pela primeira vez, não tivemos condições de acompanhá-los ao vivo, mas assistimos o show pela tv. Então, prometemos que em sua próxima vinda ao país estaríamos lá. Bom, aqui estamos, Praça da Apoteose lotada, ingressos esgotados, mas a animação da galera é bastante saudável. Ficamos amigos de bastante gente enquanto estávamos ainda na fila de entrada e também quando já estávamos apostos na grade que nos separava do palco. Inclusive, algumas fotos que estão aqui foram gentilmente cedidas pelo fã carioca Renato “Jeremy”. Mas tinha gente de todo canto, até mesmo gringos.



Finalmente, chega o grande momento esperado, o Pearl Jam está no palco. Em meio a gritos histéricos os primeiros acordes de Unthought Known surgem. A voz de Eddie Vedder já emociona de cara à medida que os outros instrumentos o acompanham fazendo a canção crescer e levar milhares de pessoas às lágrimas. Dali em diante o sonho já se tornara realidade. Pulamos e cantamos todas as músicas juntos com a banda. A perfeição com que executavam cada música era notável. Evidentemente, muitas músicas que gostaríamos de vê-los tocando lá ficaram de fora. Mas não podemos reclamar, pois Ed tentava agradar a todo o momento, inclusive mudando o repertório em pleno palco. Além do que, seria preciso executar todos os discos na íntegra para suprir nossas necessidades musicais.



Não há como descrever o show por inteiro, não há como descrever em palavras o que realmente sentimos estando lá. Talvez, os momentos mais intensos tenham sido o início – quando pudemos ver que eles estavam ali de verdade – e o final – quando nos demos conta da incrível experiência que havíamos vivido. Uma coisa que me deixa bastante feliz e impressionado é o fato de nós conhecermos e gostarmos da banda e de cada integrante em particular por tanto tempo, mas somente agora, vinte anos depois, poder tê-los bem diante dos olhos em carne, osso, alma e música com a mesma vivacidade do passado.



Mesmo não sendo uma banda tipicamente comercial, os caras não são ingênuos, pelo contrário, são pessoas maduras e experientes e, além de serem naturalmente simpáticos e carismáticos dentro e fora dos palcos, sabem muito bem como cativar e conduzir seu público por longos anos. Lembrando da cara deles no palco, visivelmente emocionados com o número de pessoas que lá estavam para vê-los, gostaria de saber o que possivelmente passava por suas cabeças. O Pearl Jam é a banda mais significativa da cena de Seattle, superou tudo e todos da sua época e ainda permanecem ativos com a relevância merecida. Suas músicas e letras, sejam elas rápidas ou lentas, tocam e cativam com tamanho impacto e honestidade que sujeito-me a dizer que quem não gosta do Pearl Jam “ou é ruim da cabeça ou doente” dos ouvidos.



Apesar de todo contentamento, passado o show ficamos arrependidos de não ter mandado nossos compromissos à merda e seguido nossos planos com relação à banda como previsto anteriormente. Mas, não tem problema, já estamos nos organizando para a próxima vinda do Pearl Jam ao Brasil, quando pretendemos ir a todos os shows. Se não suportarmos a espera vamos assistí-los em qualquer outro país.



Obrigado Eddie Vedder, Mike McCready, Stone Gossard, Jeff Ament, Matt Cameron e Boom Gaspar, pelos anos de alegrias com suas músicas celestiais, pelo grande show que nos proporcionaram no Rio e por serem exatamente como pensamos que fossem, brilhantes. Remontei o repertório apresentado na Praça da Apoteose, no dia 06/11/2011, e agora vou plugar minha guitarra para acompanhar o som da banda e me recordar do dia mais emocionante que vivi com minha querida. Porra, outras lágrima cairam...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ALGUNS TRAÇOS DA CULTURA DE AMARGOSA PT. 3
Por Anderson Souza

Finalizando a trilogia sobre “Alguns Aspectos da Cultura de Amargosa”, trazemos os comentários e críticas dos entrevistados sobre o famoso São João, além das derradeiras considerações sobre a cidade. Acompanhe...

sábado, 5 de novembro de 2011

ALGUNS TRAÇOS DA CULTURA DE AMARGOSA PT. 2
Por Anderson Souza

Equivocados ou não, pudemos perceber na primeira parte da trilogia “Alguns Traços da Cultura de Amargosa” que o entendimento de cultura por muitos está estritamente ligado a manifestações artísticas ou a meros meios de diversão (ou até mesmo à falta de todas elas).

Particularmente, vejo que há muito a ser feito em razão dos pontos citados, ainda que minha concepção de cultura seja mais abrangente. Por exemplo, o jeito de falar, vestir, pensar, agir, se relacionar, entre diversos outros elementos que compõem cada individuo em sua comunidade são exatamente o que os determinam culturalmente.

No final das contas tudo parece resultar em um conjunto de precariedades ou, pelo menos, em falta de atenção de quem nasceu aqui, além de quem apenas reside no município ao que pode ser construído e produzido para mudar tal realidade. E não vale pensar que por ser uma cidade do interior as coisas devam permanecer estereotipadas. Haja vista diversas outras apresentarem maior desenvolvimento, principalmente em sua urbanidade. Mais até do que muitas capitais, tais cidades fervilham artística e culturalmente.

Neste segundo episódio teremos indícios de como a cidade se relaciona com a Universidade e vice-versa, apontando os benefícios e malefícios da chegada da UFRB a Amargosa, além de todos que com ela vieram. Confira:

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TURISMO FILOSÓFICO EM PORTO ALEGRE
Por Anderson Souza



Semana passada tive a oportunidade de visitar e conhecer a cidade de Porto Alegre, acompanhando minha esposa no I Encontro de Pesquisa em Filosofia do Programa de Pós Graduação em Filosofia (PPGFIL) da Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS). O evento coordenado pelos professores Dr. Alfredo Carlos Storck, Dr. Eros Moreira de Carvalho, Dr. Jônadas Techio e Dra. Priscilla Tesch Spinelli, fazia parte da comemoração dos 30 anos do PPGFIL.

Vencedora do Prêmio ANPOF 2010 (biênio 2008-2009) de melhor dissertação, Geovana Monteiro (UFBA) foi convidada para a conferência de encerramento. Fomos recebidos pela simpaticíssima Prof.ª Priscilla, com quem estivemos mais próximos durante todo o encontro, e logo apresentados aos demais professores e alunos da instituição. Semelhante hospitalidade só havia percebido no Rio de Janeiro, por isso fiquei contente com a forma gentil com que nos trataram e acolheram.

Como só chegamos a POA na segunda à noite, perdemos a conferência de abertura, no dia 24, com a Prof. Dra. Andréa Loparic, infelizmente. Mas, durante a semana acompanhamos diversas apresentações. Particularmente, destacaria as falas de Diego Fragoso Pereira (Uma interpretação não-ontológica do argumento de Proslogion 2), Gilfranco Lucena dos Santos (Temporalidade e Imprevisibilidade: Heidegger entre a concepção grega e a experiência cristã do tempo), Viviane Magalhães Pereira (Dilthey e o conceito de vida: por uma delimitação do objeto das ciências do espírito), Josiana Hadlich (A percepção originária como fundante do conhecimento em Merleau-Ponty), Everton Puhl Maciel (John Stuart Mill: uma teoria da justiça utilitária), sem desmerecer os outros participantes. Sim, o nosso amigo, o Prof. Gilfranco Lucena, também estava lá e foi bastante elogiado com seu trabalho.

Na quinta-feira, tiramos o dia para visitarmos Gramado e Canela cidades próximas a Porto Alegre e cartões postais do estado. Lugares muito bonitos e agradáveis de estar. E como todo bom turista, tiramos fotos, compramos chocolates, vinhos e outras lembranças do local. Foi uma pena não termos mais tempo para conhecermos e desfrutarmos daquele lugar cativante.

Voltando para as atividades do PPGFIL, percebi que o único momento desagradável do evento foi a desistência desavisada de muitos palestrantes, porém tudo facilmente contornado por seus organizadores. Prova disso, eram salas com um bom público, tanto quantitativamente, quanto qualitativamente.

Geovana confirmou o mérito do seu prêmio, com a apresentação de sua dissertação coesa e bem fundamentada, gerando assim debates intensos e relevantes, o que também lhe rendeu elogios vários. Personalidades e colaboradores da área filosófica estavam presentes, como Lia Levy, Gerson Luiz Louzado, André Nilo Klaudat, Raphael Zillig, Silvia Altmann, e Inara Zanuzzi, contribuindo diretamente com o acontecimento.

Ao final da última noite nos reunimos, organizadores, professores, alunos, convidados e acompanhantes (aqui sou eu mesmo) para um jantar de confraternização no renomado restaurante italiano Copacabana (na verdade, alguns vi apenas neste derradeiro momento. Mas, quem iria perder). Comemos e brindarmos o sucesso deste primeiro de muitos outros excelentes encontros que estão por vir.